Porque tudo para os garimpeiros de Serra Pelada sempre chega recheado de dificuldades e imposições? O que deveria ser um simples repasse de 700 hectares que pertence a Vale a ser dado aos garimpeiros em negociações muito bem entabuladas pela SPCDM e a grande mineradora começa a ficar cada vez mais encrencado. O que seria um grande presente de final de ano para os garimpeiros fazer crescer a sua pequena área de 100 hectares para 800 hectares se torna cada vez mais n um presente de grego.
Quando a Coomigasp fez um apelo ao ministro de Minas e Energia, Edison Lobão para que desse aos garimpeiros uma área de 700 hectares e que fosse direcionada a empresa Serra Pelada Desenvolvimento Mineral, empresa mineradora dos garimpeiros que irá tocar o empreendimento na área dos 100 hectares, é porque sabe que essa é a forma mais segura para uma sociedade constituída por 45 mil pessoas. Ninguém sabe até agora porque o professor Cláudio Scliar, secretario de Geologia e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia continua sendo o único a insistir que esses 700 hectares tem que ser repassados para a Coomigasp e não para a SPDM, como é o desejo de toda a sociedade.
O pleito feito pela diretoria da Coomigasp tem fortes justificativas para não aceitar o que deseja unicamente o senhor Cláudio Scliar. São varias as razões alencadas pelo presidente da cooperativa, Gessé Simão de Melo. E a primeira delas foi a que levou os garimpeiros sócios da Coomigasp reunidos em assembléia geral a criarem a empresa Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral _SPCDM - como única forma de blindar os futuros ganhos da sociedade que ameaçados de ser garfados por um punhado de bandoleiros que levaram a Coomigasp a uma condenação judicial, cuja divida vai alem dos R$500 milhões.
Tão logo esses bandoleiros descobriram que a cooperativa havia feito uma parceria com a empresa canadense Colossus Minerals Inc., para prospectar o resto do ouro existente na área dos 100 hectares de Serra Pelada , todo os 78 processos cíveis e trabalhistas que condenaram a cooperativa voltaram a cobrar judicialmente o que é devido. No ano passado a Coomigasp sofreu uma serie de bloqueios e confisco de sua renda até mesmo aquela fruto da contribuição de seus sócios. O ex-deputado e hoje hospede da Penitencia de Pedrinhas em São Luis, Jose Gerado de Abreu, está só esperando que o primeiro dinheiro advindo da participação dos garimpeiros quando a mina entrar em produção cai na Coomigasp. Zé Gerardo quer sozinho meter as mãos sujas e gananciosas em R$ 52 milhões que diz ter direito.
É por conta disso que a conta bancaria da Coomigasp não pode ser depositado nada. Sem conta no banco, conseqüentemente a parceria com a Colossus ou com qualquer outra empresa não se sustentaria. Diante do impasse a única saída foi a sociedade garimpeira criar a SPCDM cujo o seu presidente é o próprio presidente da cooperativa Gesse Simão de Melo. Essa é apenas uma das razões. Encaminhar os 700 hectares para a Coomigasp é dar tudo que nela possa existir aos bandoleiros. A outra razão é de que sendo os 700 hectares pertencentes a Vale do Rio Doce, a mineradora só abrirá mão dela se for para a SPDM e não para a Coomigasp. Para justificar o repasse da área aos seus acionistas, a Vale abre mão mediante uma contrapartida de 5% do que for mineralizado pela SPCDM na área dos 700 hectares repassados. Fora isso a Vale já deixou claro que não tem negociação.
A governadora do Pará, Ana Julia Carepa em carta endereçada ao Ministério de Minas e Energia pediu que a área fosse para a SPDM. O ministro Edison Lobão diante de 15 mil garimpeiros de Serra Pelada na grande festa de Imperatriz também disse que a tal área seria dada para a nova empresa dos garimpeiros. O prefeito Chamon do município de Curionópolis defende que a área possa ir para a Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral. Somente Scliar faz coro ao contrario. Nos particularmente não acreditamos que o desejo de Lobão, de Ana Julia Carepa, do Prefeito Chamon e de 45 mil garimpeiros não possa valer nada. Se a pequena vontade de alguns prevalecer o que deveria ser um grande presente de fim de ano para os garimpeiros de Serra Pelada pode se transformar num grande “presente de grego”. Se for assim é melhor não dar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário